Ano de Projeto: 2018

Ano da Obra: 2021

Equipe: Luciano Soares, Maria Inês Zemella, Wagner Fernandes

Elétrica, Hidráulica e Ar Condicionado: MHA Engenharia

Consultoria Acústica: Alexandre Sresnewsky

Luminotecnia: Vernare Projetos

Audio e Video: Sound Vision

Fotos: Guilherme Rebello / Elephant Studio

Em 2018 ganhamos uma concorrência no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo e da Faculdade de Medicina da USP para projetar um novo conjunto de auditórios na sua sede no conjunto hospitalar do Hospital das Clínicas, em São Paulo. O antigo complexo de salas era formado por três salões com problemas crônicos de acústica e pontos cegos na plateia. Sua configuração apresentava uma quantidade excessiva de áreas destinadas à circulação e o impedimento de integração entre ambientes para ampliação da capacidade máxima para grandes eventos.

Com a leitura do local partimos para um projeto de reconfiguração total do ambiente, invertendo o sistema anterior de circulação, o que possibilitou a formação de um grande anfiteatro em forma de arena, com capacidade para até 290 pessoas sentadas (um aumento de 60% em relação à capacidade máxima do auditório anterior).

A formato que adotamos da nova plateia possibilitou a compartimentação da mesma em três salas independentes, permitindo que o ambiente também viesse a ser utilizado como salas de aula do programa de residência médica do hospital.

Essa compartimentação acontece a partir da utilização de divisórias retráteis com tratamento acústico, formadas por um sistema de chapas de MDF com o interior preenchido em lã mineral, e revestidas com materiais diferentes nas faces: em uma delas utilizamos um material fono absorvente, trazendo uma melhoria substancial na questão acústica do auditório e, na outra face, utilizamos um laminado melamínico próprio para quadro branco, sendo possível o uso como uma lousa para a sala de aula. Cada painel do sistema quando recolhido é guardado em um armário embutido nas paredes do auditório, com portas revestidas no mesmo material de acabamento das paredes, fazendo com que fiquem camufladas e mantenham imperceptível ao olhar do visitante ao sistema de fechamento das salas. O mesmo artificio de mimetização de materiais foi utilizado em painéis pivotantes instalados junto às janelas, controlando a iluminação natural no interior das salas.

A especificação dos revestimentos demandou uma atenção especial em relação à facilidade de manutenção e limpeza, já que nos ambientes hospitalares a higienização e desinfecção são tarefas frequentes. Com essa premissa escolhemos materiais com propriedades impermeabilizantes e com aplicação de material antibacteriano.

Para obtermos uma homogeneidade na distribuição do som, além da aplicação de materiais refletores e absorventes, adotamos também um desenho de forro com abas côncavas e convexas, fazendo com que o som seja perfeitamente recebido por toda a plateia. Intercalados a cada aba, locamos os sistemas de iluminação e ar-condicionado, ocultos entre réguas verticais de forro metálico, que também fazem a vez de absorventes de ondas sonoras.

Ao fundo da sala, desenhamos um mosaico em tecido, preenchido com lã mineral, que possui grande propriedade fono absorvente, evitando a reverberação do som que chega ao fundo da sala.

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